12/1/2020

Apanhados na fake

Cristina Tavares Correia

A internet foi uma invenção muito boa, não foi? Mas nem tudo são coisas fantásticas.

Fonte https://giphy.com/embed/3orieUe6ejxSFxYCXe

Da mesma maneira como tu ou os teus amigos têm hoje a Internet na palma da mão e à distância de um click, também há muita gente para quem a verdade é pouco importante e que ganha dinheiro a espalhar mentiras por lá – ou a contar as coisas à sua maneira, para passar ideias perigosas.

O problema é que a Internet é tão rápida que as mentiras, ou petas, se espalham em horas ou minutos e chegam a milhões e milhões de pessoas.

É mesmo isto que acontece com as notícias falsas. Se calhar, até já ouviste uma e nem sabes. Assustador não é? Também há quem lhes chame “fake news”, que é o seu nome em inglês. As notícias falsas andam nas boca de todos ultimamente porque são tão perigosas que até se influenciam os crescidos e muitas vezes conseguem pôr umas pessoas contra as outras. É como contar uma mentira...

Não penses que só os mais novos caem nestas esparrelas; os adultos são muitas vezes enganados pelas notícias falsas (ou fakes), pois quem as escreve já se tornou mestre na arte da mentira.

Deixamos-te aqui boas pistas para te tornares num verdadeiro detetive de notícias falsas e não seres apanhado na rede da “fake”:
  • Hey, mas não vale ler só o título! Tens de ler o resto da notícia para tirares uma conclusão, ok? Procura por erros ortográficos ou de gramática, frases que não te soam bem, títulos em capitulares (tudo em letras maiúsculas). Mas não fiques só por aquilo que lês no título. Pode até ser impressionante mas será melhor leres o resto da notícia para tirares as tuas conclusões.
  • Faz alguma pesquisa: será que outros sites ou jornais dão a mesma notícia? Procura um bom motor de busca como o Google, escreve o título da notícia que viste e vê se há mais gente a falar disso. Pede ajuda aos teus pais ou professores e pergunta-lhes quais os meios de comunicação em que eles têm confiança. Vê se dão a mesma notícia da mesma maneira. Se não encontrares mais ninguém a falar do mesmo, se calhar é porque a história não está bem contada.
  • Os autores do texto apresentam provas do que estão a dizer? Têm fontes boas? Ou seja, uma testemunha que viu tudo ou um especialista no assunto que explica o que aconteceu, por exemplo. E esse “especialista” existe mesmo? Abre uma nova janela de pesquisa e procura pelo nome da pessoa que apresentam como entendido na matéria. Se te aparecerem resultados sobre essa pessoa, vê quem é, o que faz e que profissão tem. Se não encontrares nada que te possa dar essa informação é porque, provavelmente, o tal “especialista” ou testemunha foram inventados.

  • A imagem que ilustra a notícia parece-te esquisita? Parece-te que tem a ver com a notícia? Às vezes estes sites de notícias falsas usam imagens fortes e que te causam confusão, feitas para chamar a tua atenção, mas que, se pensares bem nisso, pode ser demasiado maluca para ser verdadeira ou até não tem nada a ver com aquilo que leste.
  • No site em que leste a notícia procura por algo que diz “Sobre nós” ou “Quem Somos”. Os meios de comunicação sérios normalmente explicam quem são, a que empresas pertencem, o que fazem e até dão a morada e número de telefone dos seus escritórios, ou o email de um responsável para que as pessoas possam fazer-lhe perguntas. Se nada disso está na notícia que leste, se calhar é porque os seus autores podem ter algo a esconder.
Como te sentes depois de a ler ou ver? Estás zangado, desconfiado ou com medo? São mesmo esses os sentimentos que os trapaceiros que escrevem as “fakes” querem causar em ti. Fala com os teus pais, professores ou outro adulto em quem confies, diz-lhe o que viste e como isso te faz sentir e pede-lhe que te ajude no teu trabalho de detetive.


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